Maria Teresa Horta |
LUZ E VOO
Para o Eduardo Lourenço
Não lhe poderei enviar
Luz e voo
como eu preferia
Mas sim sorriso escrito
a contracorpo
neste nosso tempo
Tecido pela sombra
quando queriamos
que fosse só de gosto
Portanto meu amigo
daqui lhe mando um ramo
de rosas de poesia ensimesmada
Com a amizade sem longe
na distância
em torno de um abraço desatado
A louvar-lhe a vida arrecadada
não querendo deixar
que a homenagem tolde
Do tempo, a afoiteza e alquimia
num traço de beleza amotinada
que de si nunca afaste a harmonia
Desejando-lhe gosto, escrita
e sonho, que esta poetisa
acicatada, lhe entrega de si mesma
em verso solto.
Até onde for vossa morada
Maria Teresa Horta
Lisboa, 23 de Maio de 2013
*Maria Teresa Horta, escritora.
Poema inédito enviado gentilmente pela Autora para Ler Eduardo Lourenço.