sexta-feira, 30 de março de 2012

Maria Gabriela por Hélia




Ler Eduardo Lourenço faz hoje uma inconfidência. Poucos livros terá, nos últimos anos, ouvido o ensaísta elogiar tanto e tantas vezes como o romance Adoecer de Hélia Correia. Claro que há entre os dois uma relação de amizade e de cumplicidade indiscutível, como se pode observar no documentário Um Regresso sem Fim de aqui já se fez o merecido destaque. Ainda assim, importa lembrar que Eduardo Lourenço é amigo de quase todos os escritores portugueses. Ora, muitas vezes, falando-se dos méritos deste ou daquele romance, o ensaísta sublinha: «Sim, mas do livro de que eu gostei mesmo recentemente foi Adoecer...».

Eduardo Lourenço com Hélia Correia e José Carlos de Vasconcelos na última edição de Correntes da Escrita na Póvoa de Varzim
(foto em discussaoemtornodeumlivro.blogspot.com)

Já se sabia que essa admiração é recíproca. Mas, na revista Ler, que acaba de chegar às bancas, é possível confirmar isso mesmo. Falando de uma escritora que, tanto ela como Eduardo Lourenço muito admiram, Maria Gabriela Llansol, eis aqui um notável excerto da entrevista que Hélia Correia concedeu ao jornalista sempre atento Carlos Vaz Marques:
«-HC: A Maria Gabriela Llansol já começa a ser mais [lida]. Pelo menos em termos universitários. No Brasil é muito divulgada.
- CVM: O Professor Eduardo Lourenço disse-me, aqui na Ler, que ela será o próximo grande mito da literatura portuguesa, depois de Pessoa. Acompanha-o nessa opinião?
- HC: O Professor Eduardo Lourenço tem muita pena de a ter descoberto tarde. Ele diz ainda mais: diz que o Pessoa se fez mito e que a Maria Gabriela nasceu mito.
- CVM: Vê-a nessa perspectiva de mito?
- HC: Há duas pessoas que eu nunca contrariaria porque não tenho coragem: o Professor Eduardo Lourenço e a Professora Maria Helena da Rocha Pereira.
- CVM: O que eles dizem para si é lei.
- HC: Não é lei, é sagrado. É outra coisa. A lei, eu não a respeito, se for preciso»(Ler, nº 112, Abril de 2012, p. 89).
 A pretexto desta entrevista, que obviamente merece ser lida na íntegra, Ler Eduardo Lourenço apresenta os dois videos que se seguem.



sexta-feira, 23 de março de 2012

Glauber Rocha, Helena Ignez & ... um professor de Filosofia vindo de Portugal!

Da estadia profissional na Universidade Federal da Bahia (Brasil) de Eduardo Lourenço, ocorrida nos finais dos anos Cinquenta, um dos factos que não é, sem dúvida,  dos menos curiosos é o conhecimento travado com aquele que viria a ser um dos mais importantes cineastas brasileiros, Glauber Rocha (1939-1981). Glauber, que durante dois anos frequentou a Faculdade de Direito, não só assistiu às aulas de Eduardo Lourenço, como entre os dois se estabeleceu uma relação de amizade, a tal ponto que o  Professor de Filosofia foi convidado para o casamento do jovem realizador com a actriz Helena Ignez.


Casamento de Glauber Rocha e Helena Ignez
(imagem retirada de http://www.istoe.com.br/)



Numa curiosíssima entrevista concedida no primeiro dia de Maio de 2000, em São Paulo, a Rui Moreira Leite, Eduardo Lourenço evoca a memória do seu amigo Glauber: «Na Bahia, que nesses anos era ainda um meio pequeno, a cidade devia ter cerca de 500 mil habitantes, conheci ainda outros intelectuais. E apareceu um jornal novo para o qual eu fui convidado a colaborar, por um menino cha­mado Glauber Rocha. Desse modo nos conhecemos e, com outros mais, ele veio a algumas das minhas aulas. Ele não era ainda o Glauber Rocha que viria a ser, mas nessa altura até me mostrou um pequeno filme com a duração de dez minutos, corn um impacto de imagem notável. Assistimos ao casamento dele, casou com a Ignez, que era uma bonita menina lá do sitio. E o almoço do casamento foi assim, como dizer?, delicioso... Mais tarde encontrei-o em Cannes muito mudado. Quase nem o reconheci. Percebi que havia ali um problema que eu desconhecia. Quando veio para o Rio ja se tinha separado dessa famosa Ignez ou foi ela que se separou e veio para o Rio... Coisas que acontecem... E já só o vi, de raspão, em Cannes. Houve um telefonema muito aflitivo quando eu estava de passagem por Lisboa, já depois do 25 de Abril, em que ele se encontrava numa situação difícil... não só de saúde. Provavelmente queria fazer algum filme, e pensou que eu era entäo uma pessoa importante que o podia ajudar. Infelizmente eu estava de saída no dia seguinte. Depois recebi a notícia de que tinha morrido... Fiquei com uma espécie de remorso... Eu não sei o que poderia ter feito mas a verdade é que eu não era a pessoa importante que ele pensava», Colóquio-Letras, nº 171, Lisboa, Maio-Agosto de 2009, pp. 301-302.

O filme de que Eduardo Lourenço fala é a primeira curta-metragem de Glauber Rocha, na qual participa a actriz ... Helena Ignez. Apesar do talvez excessivo experimentalismo da película, vale a pena dar uma vista de olhos:




À filmografia de Glauber Rocha dedicou Eduardo Lourenço pelo menos um ensaio (que a seguir se reproduz), publicado no suplemento cultural de O Comércio do Porto em 23 de Maio de 1967, curiosamente no dia em que o ensaísta fazia quarenta e quatro anos e em que, exactamente na mesma data, Helena Ignez completava vinte e cinco anos. Sobre  Deus e o Diabo na Terra do Sol fala ainda Eduardo Lourenço num ensaio redigido a pretexto de umas jornadas, realizadas em Nice entre 14 e 18 de Março desse mesmo ano, dedicadas ao novíssimo cinema brasileiro. Trata-se de “O Cinema Novo e a Mitologia Cultural Brasileira”, texto com várias edições, mas que o leitor facilmente encontrará no livro A Morte de Colombo de 2005.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Chegou o Tempo da Música!

Entre Wagner e Mahler
(reprodução de manuscrito existente no Acervo Eduardo Lourenço)


Das inúmeras revelações que o trabalho de organização e inventariação do espólio de Eduardo Lourenço, levado a cabo por João Nuno Alçada, tem proporcionado aos leitores do ensaísta, uma que não é certamente das menos surpreendentes (e sobretudo das menos importantes) tem a ver com a divulgação do conteúdo das entretanto já célebres pequenas agendas com minúsculas anotações mansuscritas acerca de temas musicais. Ler Eduardo Lourenço arrisca mesmo dizer que só por causa desta descoberta já teria valido a pena todo o esforço e a dedicação que João Nuno Alçada tem colocado nesta aventura. Mas, como é evidente, muitos outros motivos de interesse existem... Deles falaremos noutras ocasiões porque, hoje, é Tempo da Música.
Que Tempo da Música é este? Importa começar por dizer que Barbara Aniello, uma competentíssima investigadora italiana nas áreas da música, da história de arte, da estética musical e da musicologia, abraçou o projecto da coordenação de um volume dedicado aos ensaios estéticos de Eduardo Lourenço com um entusiasmo e um rigor inexcedíveis. Agindo em estreita colaboração com João Nuno Alçada, mas também com o Secretariado do Projecto da Edição das Obras Completas, a funcionar no NICPRI da Universidade de Évora, Barbara Aniello reuniu um extenso número de textos sobre (ou até apenas com referências a) música com vista à sua inclusão num tomo que  mais tarde sairá a público. Desse  trabalho, Ler Eduardo Lourenço já deu aqui notícia num post assinado pela própria Barbara Aniello em 14 de Março do ano passado Para um Tempo da Música e uma Música do Tempo, a que se seguiu um outro, em Dezembro último, com o título A música é o canto do nosso próprio inconsciente.
Refira-se ainda que esse volume, com o título provisório Ensaios Estéticos, integrará também ensaios sobre pintura (muitos deles pertencentes ao livro O Espelho Imaginário, embora existam igualmente muitos dispersamente publicados e outros até ainda inéditos) e, eis outra novidade, sobre cinema. Da coordenação dos textos sobre cinema aceitou encarregar-se Pedro Mexia, convidado para o efeito por Eduardo Lourenço que, de resto, é (como se sabe) o responsável pela escolha de todos os coordenadores temáticos das suas Obras Completas




Ora, um dos leitores mais impressionados pelo livro feito por Barbara Aniello foi, imagine-se, o próprio ... Eduardo Lourenço que, segundo confessou, não tinha ideia completamente exacta da extensão (e da importância, acrescenta Ler Eduardo Lourenço) dos seus apontamentos musicais. A surpresa foi de tal ordem que decidiu o autor avançar desde já para a publicação de Tempo da Música, Música do Tempo na editora Gradiva. Diga-se que esta versão do texto não reflecte, como porventura seria merecido, o magnífico trabalho de investigação da Barbara Aniello, designadamente o modo paciente e sabedor como contextualizou todos estes tempos musicais. Tal exigirá um trabalho mais demorado que muito ficará a ganhar com o confronto mais próximo com os ensaios sobre pintura e cinema, no volume das Obras Completas de que atrás se falou. Para já, o leitor de Eduardo Lourenço e todos os interessados em música poderão deliciar-se com uma versão mais leve e parcial de Tempo da Música, Música do Tempo que acaba de chegar às livrarias. Fica a promessa de que, mais tarde, chegará a versão completa deste novo Eduardo Lourenço e que será publicado num tomo integralmente dedicado à reflexão estética do autor de O Espelho Imaginário. Até lá, Ler Eduardo Lourenço apresenta algumas imagens dos manuscritos inéditos agora passados para livro.

Alban Berg, Concerto à mémoire d'un Ange
(reprodução de manuscrito existente no Acervo Eduardo Lourenço)


Berlioz
(reprodução de manuscrito existente no Acervo Eduardo Lourenço)



quinta-feira, 8 de março de 2012

As pessoas até vão pensar que eu ando a concorrer aos prémios...



No primeiro livro inteiramente dedicado ao ensaísmo de Eduardo Lourenço que se publicou, no já distante ano de 1997, Maria Manuela Cruzeiro fala em duas opções «antagónicas e redutoras» que seria possível tomar na hermenêutica da obra do autor de O Labirinto da Saudade. São elas: por um lado, «a análise crítica a partir de princípios metodológicos claros e rigorosos»; por outro «o panegírico celebratório que, por vezes, se confunde com o mais modesto plágio». Manuela Cruzeiro visa, em Eduardo Lourenço. O Regresso do Corifeu (Lisboa, Editorial Notícias, Col. Ciência Aberta) trilhar um outro caminho, procurando assim superar o discurso habitual que, em Portugal, se costuma produzir sobre o ensaísta e que, segundo ela, «tem oscilado entre os dois excessos de amor e ódio» (p. 9). Não é este o lugar para discutir nem a grelha de leitura (ou melhor, de desleitura) de que Manuela Cruzeiro se pretende distanciar, nem se esse objectivo é, no livro de que estamos a falar, alcançado. O Regresso do Corifeu é uma obra ainda hoje extremamente importante não só pelas pistas que abre como pelas questões que suscita (e são muitas...).
Ler Eduardo Lourenço lembrou-se da expressão panegírico celebratório quando, esta manhã, tomou conhecimento, ao abrir (como sempre o faz) o Diário de Notícias, que a Universidade de Lisboa decidiu atribuir o seu Prémio 2012 a ... Eduardo Lourenço! Desfaça-se, desde já, qualquer equívoco. Não se contesta nem a justeza, nem a pertinência da decisão. Seria pelo menos absurdo fazê-lo. O Júri, composto por personalidades de indiscutível mérito científico e cultural, deliberou «após uma votação que se pautou pela unanimidade da escolha». No entanto, a reacção de Eduardo Lourenço não deixa de ser significativa. «Fui informado há poucos minutos deste [Prémio] e já recebi um telefonema de um amigo meu a brincar com a situação: “Agora é só prémios!” É que este foi tão próximo do Prémio Pessoa que ainda não estou refeito da novidade. Por um lado é ineseperado, por outro é tão próximo que as pessoas até vão pensar que eu ando a concorrer aos prémios, coisa que nem me passaria pela cabeça.»




Os prémios são sempre importantes. Pelo que representam, pelo seu montante pecuniário, pela gratidão e pelo reconhecimento que traduzem. Nesta hora feliz, Ler Eduardo Lourenço saúda o ensaísta pelo Prémio atribuído e a Universidade de Lisboa pela coragem de escolher um filósofo num tempo em que a palavra filosófica parece mais urgente do que nunca. É caso para dizer que, nos últimos tempos, Prémios não têm faltado a Eduardo Lourenço! Mas talvez seja preciso sublinhar que, embora O Regresso do Corifeu não seja (felizmente!) o único livro dedicado à obra de Eduardo Lourenço, continuam a fazer falta estudos que expliquem, critiquem, debatam um pensamento que, segundo o Júri do Prémio da Universidade de Lisboa, é «capaz de inspirar os caminhos do futuro na hora difícil que o país atravessa». Sob pena de não se ir mais além do que o panegírico celebratório de que fala Manuela Cruzeiro.

Maria Manuela Cruzeiro publicou em 1997 o primeiro livro dedicado ao ensaísmo de Eduardo Lourenço

 

sexta-feira, 2 de março de 2012

Vergílio Ferreira 2012 premeia a Filosofia

Carlos Braumann, Reitor da Universidade de Évora, entrega o Prémio Vergílio Ferreira 2012 a José Gil
(foto de João Barnabé http://www.ueline.uevora.pt/)

Após uma ausência, mais longa do que o previsto, para retemperar forças e imaginação, Ler Eduardo Lourenço regressa ao convívio dos seus visitantes com uma evocação do Prémio Vergílio Ferreira 2012 que, ao fim da tarde de ontem, foi entregue a José Gil, consagrando a sua obra filosófica, ensaística e literária. O autor de A imagem-nua e as pequenas percepções: estética e metafenomenologia sublinhou, na ocasião, a sua satifação, dizendo: «Sinto-me particularmente contente porque não é todos dias que a filosofia, ameaçada como está, ou cujo ensino é ameaçado desde há muitos anos, é posta em destaque e se eu contribui para isso sinto-me muito contente». No final da sua breve, mas magnífica, intervenção José Gil evocou o amigo Eduardo Lourenço que, ao saber o nome do premiado deste ano, afirmou: «Vergílio Ferreira teria ficado muito satisfeito de certeza».
Ler Eduardo Lourenço endereça os parabéns a José Gil (que, recorde-se, é um dos membros da Comissão de Honra do Projecto da Edição das Obras Completas de Eduardo Lourenço e também um dos coordenadores temáticos de, pelo menos, um dos volumes a editar futuramente) e, já agora, também ao Júri do Prémio, presidido por José Alberto Gomes Machado e constituído este ano por Fernando Gomes (Universidade de Évora), José Augusto Bernardes (Universidade de Coimbra), Mário Avelar (Universidade Aberta) e  Antonio Saéz Delgado (crítico literário), pela justeza e sabedoria da escolha.
Importa recordar que, em 2001, a Eduardo Lourenço foi igualmente atribuído o Prémio Vergílio Ferreira, facto que, de resto, foi aqui assinalado há exactamente um ano. Ler Eduardo Lourenço conversou esta manhã com José Alberto Machado, Director da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora e antigo aluno do autor de Aparição que, para além de ser o Presidente do Júri do Prémio Vergílio Ferreira desde a sua primeira edição,  é, sem dúvida, o principal responsável pela existência de tão prestigiado galardão. José Alberto Machado relembrou, que, em 2001, a candidatura de Eduardo Lourenço fora proposta pelo Departamento de Linguística e de Literatura da própria Universidade de Évora e, ao mesmo tempo, entregou por mão própria (em sentido literal) a Ler Eduardo Lourenço a respectiva declaração do Júri, constituído também por Maria de Fatima Marinho, Rosa Maria Goulart e Maria Filomena Gonçalves, e que, no essencial, diz o seguinte:
«O Júri decidiu atribuir o Prémio Vergílio Ferreira a Eduardo Lourenço. Considerado por muitos com o maior ensaísta português vivo, tem mantido, nas últimas décadas, uma presença imprescindível, trazendo para a cultura os problemas e as angústias de todos nós. Através de um olhar inquietante, é um pensador que, analisando e reflectindo sobre os mais variados problemas da vida político-cultural, lhes retira a superficialidade ou a banalidade dos dias que correm e lhes outorga a espessura da novidade e da perpétua renovação do humano. Os seus estudos sobre, entre outros, Camões, Antero de Quental, Fernando Pessoa sem esquecer os que dedicou a Vergílio Ferreira constituem um marco incontornável no ensaísmo português».
Para além da amizade que há entre Eduardo Lourenço e José Gil, os dois são leitores atentos um do outro. Tal comprova-se pelos textos seguintes. José Gil fez uma conferência na Guarda, a dez de Setembro de 1995, dedicada ao pensamento de Eduardo Lourenço com o título “O ensaísmo trágico”. O estudo encontra-se publicado em O ensaísmo trágico de Eduardo Lourenço (Lisboa, Relógio D’água Editores, 1996, pp. 7-27). Dez anos depois Eduardo Lourenço escreve para Le nouvel Observateur o ensaio “José Gil. Le philosophe de la chair” (Hors-série, nº 57, Dezembro 2004, pp. 38-40). Uma tradução, infelizmente com algumas gralhas, deste texto foi publicada com o título “O filósofo do corpo” em Jornal de Letras, Artes e Ideias, nº 895, Lisboa, 19/I/2005, pp. 12-13. Contudo, hoje, uma nova versão – corrigida!  deste ensaio encontra-se em Heterodoxias, primeiro volume das Obras Completas com um título que respeita mais o original francês: “José Gil: O Filósofo da Carne” (Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2011, pp. 503-506). Esse número especial de Le nouvel Observateur, recorde-se, distinguiu o que a revista considerou então os vinte cinco maiores pensadores do mundo inteiro e José Gil surge aí  lado a ladoa com nomes como Slavoj Zizek, Gorgio Agamben, Toni Negri, Axel Honneth, Peter Sloterdijk ou Richard Rorty, entre outros. A cada um dos vinte cinco pensadores é dedicado um ensaio (no caso do pensador português, trata-se de“José Gil: O Filósofo da Carne”), uma pequena nota bio-bibliográfica (também assinada por E.L.) e, por fim, uma entrevista que, até pelo ineditismo de nela vermos Eduardo Lourenço no papel de perguntador, justifica perfeitamente a sua inclusão neste blog. Em francês, comme il faut.

Le nouvel Observateur  (Hors-série, nº 57, Dezembro 2004, p. 41)

Uma última referência necessita de ser feita ainda a um ensaio que José Gil escreveu mais recentemente sobre a obra de Eduardo Lourenço. Trata-se de “Le plan de pensée d’Eduardo Lourenço”,  editado num número especial dedicado ao pensamento português contemporâneo pela revista Rue Descartes (nº 68, Paris, PUF, Maio de 2010, pp. 104-117). Vale bem a pena a leitura deste último texto.