Foi em 1978, pelo Labirinto da Saudade, que iniciei minhas incursões pela obra de Eduardo Lourenço. A partir desse primeiro encontro, a ela recorreria (e recorro) para que me ajude a entender e a pensar a questão da identidade (ou hiperidentidade...) portuguesa, que me faça refletir sobre o destino de Portugal, sobre a sua situação na Europa.
Como interessada nas relações muito particulares entre Portugal e Brasil, sempre que me proponho ao exame das imagens recíprocas delas decorrentes – multifacetadas e mesmo contraditórias – encontro em Eduardo Lourenço a “iluminação” de algum ângulo específico, de uma vereda não cogitada a percorrer. Este mesmo papel de guia sua obra tem desempenhado nos meus estudos sobre a Geração de 70 e o Brasil.
É ainda como professora brasileira que sou grata pelo tempo que sempre nos dedicou, atendendo aos nossos múltiplos convites para congressos, seminários, colóquios, conferências, cursos, por nosso país afora.
De modo especial, gostaria de evocar o III Encontro Internacional de Queirosianos, realizado na Universidade de São Paulo, em 1997 (que tive a honra de coordenar), e cuja conferência de encerramento foi proferida por Eduardo Lourenço – “O tempo de Eça e Eça e o tempo” – marco de sua presença entre nós e de sua inestimável contribuição.
Mas lembro-me agora também, com saudade, e nitidamente, de um fim de tarde em Mariana, Minas Gerais, em que, integrando um grupo de congressistas, vivenciamos todos, em silêncio, um longo por de sol, ao som dos sinos.
Aliando-me a esta comemoração de lúcidos e férteis 90 anos, espero que Eduardo Lourenço receba um abraço agradecido deste lado do Atlântico.
*Elza Miné
Como interessada nas relações muito particulares entre Portugal e Brasil, sempre que me proponho ao exame das imagens recíprocas delas decorrentes – multifacetadas e mesmo contraditórias – encontro em Eduardo Lourenço a “iluminação” de algum ângulo específico, de uma vereda não cogitada a percorrer. Este mesmo papel de guia sua obra tem desempenhado nos meus estudos sobre a Geração de 70 e o Brasil.
É ainda como professora brasileira que sou grata pelo tempo que sempre nos dedicou, atendendo aos nossos múltiplos convites para congressos, seminários, colóquios, conferências, cursos, por nosso país afora.
De modo especial, gostaria de evocar o III Encontro Internacional de Queirosianos, realizado na Universidade de São Paulo, em 1997 (que tive a honra de coordenar), e cuja conferência de encerramento foi proferida por Eduardo Lourenço – “O tempo de Eça e Eça e o tempo” – marco de sua presença entre nós e de sua inestimável contribuição.
Mas lembro-me agora também, com saudade, e nitidamente, de um fim de tarde em Mariana, Minas Gerais, em que, integrando um grupo de congressistas, vivenciamos todos, em silêncio, um longo por de sol, ao som dos sinos.
Aliando-me a esta comemoração de lúcidos e férteis 90 anos, espero que Eduardo Lourenço receba um abraço agradecido deste lado do Atlântico.
*Elza Miné
Universidade de São Paulo
Texto inédito gentilmente enviado pela Autora para Ler Eduardo Lourenço.