segunda-feira, 27 de maio de 2013

Pensar Nove Décadas de Amizade (nº 71): António Cândido Franco*


António Cândido Franco

A obra escrita de Eduardo Lourenço é como um céu nocturno e limpo de Verão, com muitas estrelas ardentes e diamantinas. Os pontos luminosos são tantos e tão variados, agudizam-se e esbatem-se numa escala de tal modo infinita, que cada um de nós pode lá ir buscar aquilo que mais procura, reconhecendo nesse céu o seu próprio mundo. Também eu tenho o meu Eduardo Lourenço, o das palavras luminosas como ouro, o do verbo original capaz de impressionar como um mito incorruptível. Esse Eduardo Lourenço é aquele com quem o grande poeta António Maria Lisboa se sentiu tentado a dialogar e aquele que levou em 1959 a Agostinho da Silva, na altura na ilha de Santa Catarina, o evangelho da Baía. Bem merece que o felicitemos em conjunto, a muitas vozes, no momento em que passa o seu nonagésimo aniversário.





António Cândido Franco. Professor da Universidade de Évora. Escritor.
Texto inédito enviado gentilmente pelo Autor para Ler Eduardo Lourenço