quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Correntes

[Actualização em 2 de Março de 2015: Infelizmente, por razões pessoais, Eduardo Lourenço acabou por não poder participar, tal como estava previsto, na sessão das Correntes d'Escritas.]
De ontem até amanhã, a literatura deixa-se levar pelas correntes atlânticas da escrita, na Póvoa de Varzim. Naquele que é já um verdadeiro clássico entre os eventos literários (há quem diga mesmo que é o evento...) em Portugal, escritores e leitores reunem-se num ambiente único. Eduardo Lourenço é, sem dúvida, um dos habitués destas Correntes d'escritas e, daqui a menos de uma hora, participará, uma vez mais, numa das sessões aguardadas com maior expectativa na edição de 2015. À volta do tema A Literatura é um poço de liberdade, o ensaísta conversará com José Tolentino Mendonça, Leonardo Padura, Manuel Rui e Martinho da Vila, sendo a sessão moderada por José Carlos de Vasconcelos. Lamentando bastante não poder estar presente para assistir a esta e a outras das actividades previstas (cf. programa em http://www.cm-pvarzim.pt/areas-de-atividade/povoa-cultural/pelouro-cultural/areas-de-accao/correntes-d-escritas/correntes-descritas-2015/programa-2015), Ler Eduardo Lourenço recupera em video momentos de uma sessão inesquecível subordinada ao tema A Escrita é o risco total, ocorrida em 2012 e na qual intervieram, para além de Eduardo Lourenço, Hélia Correia, Ana Paula Tavares, Almeida Faria  e um absolutamente imparável Rubem Fonseca. Tal como daqui a pouco a conversa foi moderada por José Carlos de Vasconcelos que, de resto, tem dedicado à Póvoa de Varzim parte importante do seu próprio material poético.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O vento ou o mestre da vida secreta

foto de Duarte Belo in http://ruadaspretas.blogspot.pt
Todos os leitores de Eduardo Lourenço não podem deixar de saudar a publicação do seu mais recente livro: Do Brasil - Fascínio e Miragem (Gradiva, 2015). A obra, organizada e excelentemente prefaciada por Maria de Lourdes Soares, que reúne parte importante dos textos que Eduardo Lourenço escreveu no e sobre o Brasil merece, por isso, leitura atenta e pormenorizada.  
Ler Eduardo Lourenço pede licença para hoje destacar apenas um texto que considera ser absolutamente luminoso. Trata-se daquele que abre o capítulo “A Casa Perdida (páginas diarísticas)”. O curto ensaio (mas será mesmo de um ensaio que se trata?) em causa foi escrito na Bahia a 10 de Setembro de 1958 e essa parece ser sem dúvida a razão principal porque aparece neste volume. No entanto, não é exactamente brasileiro o assunto focado. É mais uma espécie de regresso sem fim que Eduardo Lourenço faz a um imemorial tempo da sua Beira Alta natal. Ora, essas pouco mais de duas páginas que o ensaísta dedica ao vento, «o primeiro companheiro da (...) [sua] infância solitária e triste», talvez mereçam entrar directamente numa antologia dos melhores momentos de sempre do autor. Não são raras as vezes em que, na prosa de Eduardo Louenço, se combinam  harmoniosamente poder alegórico e profundidade especulativa. Essa será, de resto, uma das mais importantes marcas da singularidade do seu ensaísmo. Mas o tom deste inédito, escondido durante mais de meio século, tem  uma frescura e uma beleza que, ainda hoje, surpreendem até aqueles que imaginam conhecer bem a vastíssima obra do ensaísta.



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Em Évora, à conversa sobre o Neo-Realismo



Ler Eduardo Lourenço publica hoje um filme da sessão de apresentaçao pública de Sentido e Forma da Poesia Neo-Realista e Outros Ensaios, II Volume das Obras Completas de Eduardo Lourenço, realizada no passado dia 28 de Janeiro na Sala dos Docentes do Colégio Espírito Santo da Universidade de Évora. Intervieram na sessão Ana Costa Freitas (Reitora da Universidade de Évora), João Tiago Lima, António Guerreiro e o próprio Eduardo Lourenço. Ler Eduardo Lourenço agradece ao Gabinete de Comunicação e Imagem da Universidade de Évora, que produziu o filme, e à Drª Ana Rita Ferreira o apoio técnico.