O último número do indispensável Jornal de Letras, Artes e Ideias apresenta um extenso dossier dedicado à estreia, no próximo dia 11, da adaptação cinematográfica de Os Maias de Eça de Queirós. Todas as ocasiões são boas para regressar ao grande escritor, sobre o qual Eduardo Lourenço redigiu já importantes ensaios, muitos deles recolhidos no livro de luminoso título As saias de Elvira e outros ensaios (Gradiva, 2006). Desta feita, a Eduardo Lourenço foi solicitado um depoimento sobre o filme de João Botelho, a cuja ante-estreia assistiu. Nesse texto, com o título Uma visão actual e no qual se detectam algumas arreliadoras gralhas (que, aliás, enxameiam todo o dossier, deixando provavelmente alguns queirosianos de cabelos em pé...), o ensaísta declara: «Há uma grande fidelidade ao texto, o que é bom, até porque seria muito difícil entrar em qualquer forma de competição com ele. Assim, foi como que possível ilustrá-lo». Para além disso, Eduardo Lourenço destaca as interpretações masculinas de João da Ega (por Pedro Inês) e Carlos da Maia (Graciano Dias), bem como a escolha de Botelho, a quem já havia a agradecer os diálogos cinematográficos dedicados a Fernando Pessoa, de ilustrar Maria Eduarda através de Maria Flor, «uma jovem e bela brasileira».
Ler Eduardo Lourenço, enquanto aguarda expectante a estreia da película, oferece aos seus visitantes o trailer oficial de Os Maias, por João Botelho.
