Acaba de chegar literalmente às mãos de Ler Eduardo Lourenço o nono número da revista Iberografias, publicação do Centro de Estudos Ibéricos que, habitualmente, dá conta das actividades mais relevantes do CEI que, como se sabe, surgiu de uma ideia avançada por Eduardo Lourenço na Guarda e à qual de imediato se associaram as Universidades de Coimbra e de Salamanca.
Neste número de 2013, merece destaque óbvio a entrega do Prémio Eduardo Lourenço ao investigador Jerónimo Pizarro, reconhecimento que agradou imensamente ao patrono do galardão como ele próprio fez questão de assinalar na cerimónia numa intervenção que, aliás, está incluída nesta Iberografias.
Se tal não fosse bastante, o número 9 inclui também as intervenções realizadas durante a Conferência “Portugal e o seu destino”, realizada nos passados dias 6 e 7 de Junho, precisamente na Guarda e que constitui a forma como o CEI decidiu comemorar os 90 anos de Eduardo Lourenço. Ao evento já Ler Eduardo Lourenço concedeu a atenção devida na altura. No entanto, lendo agora os textos elaborados para a conferência, da autoria respectivamente de Guilherme d'Oliveira Martins, Fernando Paulouro, Roberto Vecchi, Margarida Calafate Ribeiro, Mário Vieira de Carvalho, Maria Filomena Molder, Carlos Mendes de Sousa, Barbara Aniello, Teresa Filipe, Dulce Martinho, Pedro Lains, Pedro Adão e Silva e José Gil, é forçoso concluir que esta é mais uma peça imprescindível na bibliografia passiva de Eduardo Lourenço. Registe-se que os temas dos estudos nem sempre versam a obra do ensaísta, mas todos eles revelam amplos motivos de interesse.
Ainda assim, talvez valha a pena destacar “Um homem privado, sem recado nem mandato”, ensaio luminoso de Maria Filomena Molder que apresenta uma leitura extremamente inovadora sobre o autor de Hetreodoxias. Ou também o texto de José Gil, não só pelo seu valor intrínseco evidentemente, mas sobretudo porque provocou uma resposta do próprio Eduardo Lourenço, que assim produziu de improviso o texto “Fernando Pessoa e o Livro do Desassossego”, mais um capítulo para a sua interminável reflexão pessoana.
Rigorosamente a não perder, portanto!