Amigo muito atento e não menos generoso de Ler Eduardo Lourenço chamou a atenção para o suplemento Babelia da edição de ontem do El País, sem dúvida o mais importante diário espanhol. Aí, na página dezanove, Javier Martin assina uma entrevista de página inteira com aquele a quem chama o «grande humanista português». Para além de muitos outros aspectos relevantes, que justificam a leitura integral da entrevista a el periódico global, Eduardo Lourenço responde a nove perguntas disparadas à queima-roupa numa secção intitulada cuestión de gustos e que, pelo seu manifesto interesse, a seguir se apresenta em apressada tradução:
1) Em que livro gostaria de viver?
R: Guerra e Paz, um livro com história e uma história com livro.
2) Que intelectual, de qualquer época, convidaria para jantar consigo?
R: Kierkegaard.
3) Qual foi o melhor momento da sua vida?
R: O dia em que conheci a minha mulher.
4) Que profissão seria incapaz de aceitar?
R: Mineiro, por causa da minha agorafobia.
5) Que fez no último fim de semana?
R: Fui ao cinema ver Alemanha Ano Zero de Rosselini.
6) Qual foi o último livro que leu?
R: Alguém, romance inédito da embaixadora de Portugal em São Tomé.
7) Que filme não conseguiu ver até ao fim?
R: Creio que nenhum. Sou um viciado em imagens.
8) O que está hoje socialmente sobrevalorizado?
R: Os comentadores de futebol. Gosto de futebol, mas não suporto tudo aquilo que se diz depois de um jogo que terminou empatado a zero.
9) A quem daria o Prémio Nobel?
R: António Lobo Antunes.